domingo, 20 de março de 2011

CÓPIA DE SEGURANÇA



CAPOEIRA MOFO DEU
Se der mofo, mofo deu. Quinze de junho de dois mil e quatro, volto a pensar no nosso livro; no Livro Negro. Foram tantas coisas estilhaçadas, que não me animo a um retrospecto justo; ainda mais com a Hebe Camargo animando o ambiente frio e noturno desta noite de lembranças; flashes, entre um carnaval e outro, no tempo em que trabalhei para ela na TV Continental. Fantásticas, certas personalidades transparentes, porque a chuva sempre molha o verde vital de suas vidas. Na verdade, em certos momentos, a televisão e o rádio foram as únicas companhias. Ficaram aquelas pernas lisas e aqueles peitos duros entre as tapadeiras. Neste caso, o som urbano, me suga por dentro o retorno aos assuntos que andei mentalmente elaborando. Me perco ao escrever de memória para um periódico Dia; só não consigo lembrar seu conteúdo. Também não dá, com a vibração ambivalente dos entrevistados desta noite brega-chique. Idiotice total, porém, consigo me eximir de algumas culpas.Contudo, por não ter contribuído com o INPS, não poderei receber minha tão desejada nomenclatura – a aposentadoria por idade. Zero de ganho fixo, mas aos sessenta e sete anos terei de prosseguir pelo caminho e encarar de frente a velhice de pau na mão... Vou ter que tirar onda de João Sem Braço, e encarar a morte algum dia. Gostaria de virar cinzas e ser derramado misturado a água da Cascatinha. Ali, quando criança, me ralei todo da cabeça aos pés; meu pai, precavido, me deu um banho público e depois derramou iodo sobre toda a ralação daquela travessura. Logo fiquei bom, nenhuma infecção, mas não me esqueço da dor da vergonha, ao ter que chorar na frente de todo mundo. Coisas da vida rala, que se esvai com a falta de tempo e interesse do leitor; eu volto, sempre volto.



Lebreton; Joachim Lebreton nasceu em Saint-Méen de Gaël, no Departamento de Ille-et-Vilaine, na Bretanha (7-4-1760). Estudou Humanidades no Colégio dos Teatinos, tornando-se clérigo. Um católico que, em 1789, com a Revolução burguesa, abandonou o hábito abraçando a causa revolucionária. Famoso pela eloqüência e pelo temperamento violento, casou-se com a filha do químico Darcet; com sua ajuda entrou para a administração pública, na seção de museus, conservatórios e bibliotecas. Mais tarde entrou para o Instituto de França, sendo nomeado em seguida, Secretário Perpétuo. Produto político da revolução e admirador de Napoleão, não viu com bons olhos a queda do Corso e o retorno dos Bourbons. Assim, com um discurso no Instituto atacando o Duque de Wellington, pregou contra o retorno aos países de origem das obras de arte saqueadas por Napoleão e seus exércitos. Pois é, foi demitido do cargo perpétuo. Deste modo chegou ao Brasil; lutou com as maiores dificuldades, inclusive com o Embaixador francês Maller, instalando-se definitivamente no Rio de Janeiro, no tempo em que as baleias tomavam banho de mar na Baía da Guanabara...

Imagine se aquele ser surgisse, ao levantar-se âncoras embrionárias, por não ter o hábito de ver e ler seu próprio destino-vivenciado, ou seu testemunho histórico compartilhado; e sendo aquela personagem dura, impermeável a qualquer tentativa de comunicação? Um onipotente neurótico, em lavas, apegado a crosta terrestre com suas escamas de determinação? Acontece que, quando forço a barra, me exponho ao bote da negação contínua e sistemática, como aquela velha inquisição de família, zelosa pela administração lusitana. Surgem naqueles momentos de ingerência dos prazeres da carne, ou nas interferências sociais de conveniência, que não chegam a determinar uma nova conduta. É, mas nestes casos, temo as energias psíquicas voltadas contra as minhas crenças vitais, que são aqueles múltiplos modos do existir e do expressar, onde estou inserido realmente; sem compromisso com a lógica da narrativa e os fatos aleatórios, pontuais, contraditoriamente insinuados aqui.

Azulei pelos caminhos do Capueruçu, sítio – na altura do Campo de Santana atual – por onde os escravos fugiam da cidade para os quilombos. Não devia ser nada fácil, porque tinham os Capitães do Mato e os Mastins, além daqueles Bugres sempre de olho nos arrivistas invasores. Era uma região chamada de Engenho Pequeno pelos portugueses, saía do Centro Velho em direção às grandes fazendas de açúcar do Rio de Janeiro, no final do século XVIII. Era a Lagoa do Capueruçu, ou da Sentinela, como chamavam os portugueses, a principal rota de fuga dos evadidos fujões da cidade. Sabemos, lendo nos livros, que Adolfo Morales de Los Rios é uma indicação muito interessante, para estes fatos do passado, no final do século XIX e início do século XX, como engenheiro e arquiteto famoso na época, mas hoje esquecido... Capueruçu: CA, nome indígena, referente a todo material originário das matas; PU se refere a cesto; CAPU, cesto feito com material das matas – cipó usado por ser resistente à água salgada e usado, até hoje, trançado para a fabricação de cestos. CAPUERAS, escravos carregadores de mercadorias, sendo muito encontrados na Praia da Piaçava, local de desembarque de mercadorias; atual Rua Dom Manuel, que fazia fronteira com o Morro do Castelo. Marco da fronteira social, que dividia a Malta dos Guaiamuns e dos Nagôas até a segunda metade do século XIX. Historinha cabeluda, cheia de tentáculos políticos e culturais, que gerou nossa maneira sinuosa de comportamento.

Temo o ególatra mimado, o reizinho de salão, sempre seguido por seu séqüito de empata-fodas profissionais, e, pior, pelos deslumbrados amadores que conseguem transformar qualquer boa idéia em protuberante cagalhão. Criaturas contaminadas pela culpa de origem e sobrecarregadas pela voracidade do sucesso. Sempre de olho grande, o zolhudo paranóico se acha referência social e atua, cuspindo besteiras e repetições sem alma de artista – seu grande desejo secreto. O grande sonho do larápio é a superação amoral do veneno coletivo, na direção forte dominante da castração de suas vítimas invejadas. Por isto o sacana se junta; até não podermos separar, suas cretinices particulares da ação conjunta de todos os indivíduos carentes de emoção. Mal maior, nacional, internacional. E sem solução, mas eu volto, como São Jorge Protetor sobre tudo...

Assim foi-se. Fui e voltei com Lebreton e seu sonho de criar a pinacoteca do Brasil.Sonhador, o revolucionário francês trouxe e fez vir da França, 54 telas de grandes mestres. Telas que após a sua morte (relato de Debret) ficaram 6 meses num cômodo escuro, abandonadas por imprudência do burocrata real; Henrique José da Silva – o zolhudo. Há 9 de junho de 1819, Lê Breton faleceu sendo substituído pelo medíocre burocrata - pintor português. Uma velha história, sempre repetida, e sempre muito bem argumentada. Só não entendo nosso D. João VI; ele escapa de Napoleão e traz um revolucionário para o Rio? Lebreton veio para o Brasil no veleiro norte-americano “Calpe” – de três mastros. Saindo de Havre (22-1-1816), aporta no Rio, em 26-3-1816, com a Missão Artística Francesa. O Decreto Real (12-8-1816) criara a Escola Real das Ciências, Artes e Ofícios e fixava estipêndios anuais devidos aos professores e funcionários da Missão, contratados por seis anos.



Quer dizer, todos os fatos têm a ver com a capoeira. Todos, inclusive os não acontecidos, como a direção do bonapartista na embrionária Academia Imperial de Belas Artes. Mas Debret e Rugendas, seus artistas protegidos, registraram as primeiras imagens de negros escravos ensaiando a vadiação popular sob o controle do poder secular. Um repórter esteve presente na fundação da Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, palco esplendido desta reflexão. Testemunho verdadeiro do que vemos e ouvimos falar, sobre o dia da fundação e local da cidade: “uma peleja travada a tiros de canhões e de golpes de alfarrábios”, muito pouco lidos ou citados nesta história que estamos encaminhando. A reportagem era do quinhentista Padre José de Anchieta, narrando o acontecido a primeiro de março de mil quinhentos e sessenta e cinco (5-3-1565). Dizia ele: “Começaram a roçar em terra com grande fervor e cortar madeira para a cerca (sistema de fortificação portuguesa com trincheiras e fosso), sem querer saber dos Tamoios nem dos Franceses, mas como quem entrava em sua terra, se foi logo o Capitão-Mor (Estácio de Sá) a dormir em terra, e dando ânimo aos outros para fazer o mesmo, ocupando-se cada um em fazer o que lhe era ordenado por ele, a saber: cortar madeira e a acarreá-la aos ombros, terra, pedra, e outras coisas necessárias para a cerca; sem haver nenhum a quem isso repugnasse”... Um quadro vivo e nervoso a que se entregaram os homens de Estácio de Sá naquele dia. Todos guapos desbravadores portugueses, construindo a cerca junto ao Pão de Açúcar (cartão postal contemporâneo), na planície do Morro Cara de Cão, atual Fortaleza de São João. Ali na Urca centenária, na entrada da Baía da Guanabara.

Porque deveria abrir mão da presença afetiva de meu pai, que vive dentro de mim com a sua fé cristã e humanista? Existência sutil, mental, que me acompanha porque me faz falta. Através dele descobri os segredos dos livros e a curiosidade insaciável pela existência. Breve, muito breve, mas repleta de experiências não publicáveis; um dia quem sabe... Pois é, quando fica esquisito e a angústia aumenta, apelo para a reza forte e as mandingas da Vovó Maria; esconjuro... Tudo muito intimista e pessoal, intransferível, elaborado nas transmutações de minha mente azulada e na força de meu coração de menino. Guardo todos os meus entes queridos na ponta da língua e solto-os nestas ocasiões, para abrir caminho na capoeira, no mato ralo e no vazio total da solidão comportamental; como Zumbi, nas trevas do terceiro mundo, sacaneio a massa falida da arrogância dominante. É, mas prestigio o saber, o talento e a formosura, dos filhos desencarnados de nossa história.

Meu herói das três raças é o Urian Agria de Souza. Com ele adentrei o Solar Grandjean de Montigny pela primeira vez: Razões Sensíveis do Diálogo. Depois o amigo foi embora para Pernambuco. Todos foram embora, cresceram e sumiram. É a vida, mas ficam as histórias. Sempre será assim. Com a expo Malta Ilustrada, retornei ao Solar e aos mistérios sonoros daquela arquitetura. Uma concha acústica foi criada ali; só para quem sabe. Desde sempre circulei por aqueles matos, que tinha o Rio Rainha, como referência de vida e o Parque Proletário da Gávea, como minha iniciação na confecção de carros alegóricos. Fazia frio e era muito úmido. No verão o rio enchia com as tempestades e às vezes o carnaval ficava alagado. Mas é assim mesmo, quando o arquiteto construiu sua casa, ele chegava de barco, de mula ou a cavalo, e não reclamava; imagino, eu, que era assim. Ao chegar ao Rio, Grandjean teve por parte do Conde da Barca a incumbência de projetar a futura Academia; com a aprovação do Rei, a construção foi iniciada sob a orientação do Barão de São Leopoldo, Ministro da Fazenda. Iniciada a construção, o conde da Barca faleceu (24-6-1817) e as obras paralisaram-se por anos, atrasando o ensino das Artes e Ofícios no Brasil.

Dentro deste texto mora um mistério maior, ajudando-nos a aproximar as diferenças e exorcizar o medo do desconhecido. Área cativa, dos comandos subjetivos e dos segredos da alma. Contudo espero que não queiram testar a força motriz do ódio imperial. Por isso é preciso continuar narrando, porque havia um problema grave a resolver: a água. O Repórter Anchieta, pula dos meus rascunhos e continua: “E porque naquele lugar não havia mais que uma légua de ruim água, e esta era pouca, o dia que entramos choveu tanto que se encheu e rebentaram tantas fontes em algumas partes, que bebeu todo o exército em abundância e durou até que se achou água boa num poço que logo se fez.”Num mapa quinhentista, descoberto em 1907, na Biblioteca do Palácio da Ajuda, esse núcleo populacional ao pé do Pão de Açúcar, aparece registrado, como “Cidade Velha”. E que dois anos depois destes acontecimentos, a cidade se mudou para o Morro do Castelo; por motivos estratégicos, levaram Men de Sá (tio de Estácio de Sá e terceiro Governador Geral do Brasil) a tal atitude.



Quando meu ódio imperial escapa da minha barriguilha, na direção centrífuga de sua perplexidade, homens ou mulheres tornam-se iguais perante Deus. Principalmente nas questões condicionantes dos deveres cívicos. Obviamente as mulheres têm mais balanço; se nativas então, têm muito mais abertura anatômica, mais percepção emocional e, acima de tudo, são mais alongadas e gostosas. Os homens são muito chatos, competitivos, e quando molham a garganta, falha o tiro. Acostumado e condicionado a luta, Lebreton age, interessando as autoridades na idealizada Academia (Republicana?). Apesar do sacrifício e da luta, acaba desanimando. Desencantado, recolhe-se a uma chácara que aluga no Flamengo ocupando-se de uma obra literária (qual?). Ali (em 9-7-1819) veio a falecer, sem ter realizado nenhum de seus projetos que o trouxeram ao país. Com sua morte a Academia ficou momentaneamente sem rumo. Coisa de "crioulos", gentinha nascida nos países colonizados pelos europeus – mesmo sendo “brancos” – e que, afinal, fizeram a glória do novo mundo. Gentinha miúda sem títulos nobiliárquicos, que segurou o tranco da cidade – mangue sem água potável, cheia de pestes, lutas, mortes e curta sobrevivência. Mesmo para os jovens imigrantes portugueses, que aqui chegavam nos navios negreiros, presos aos contratos de trabalho (também escravo) estabelecidos com o Capitão do Mando, a dispor de suas vidas empregando-os no duro trabalho de construção de nossa cidade fosforescente. Sempre: suor e sangue. Muito mais tarde a capoeiragem malandra, surfando sobre um mar de lama e merda, desta nossa historinha muito mal contada, ressurge do fundo do poço e conquista o Velho Mundo; sem caravelas, apenas cantando ladainhas e chulas “sem importância”. Do berimbau, fizeram uma arma e da dança macabra, das antigas maltas, recriaram a elegância e a malícia de uma nova dança crioula; enfim, o teatro, que continua, é o show que não pode parar...

Evidentemente o espetáculo não para, a não ser que aquela porra caia dos céus e fure a crosta terrestre. Aí sim, vamos ter o “fim da história”; da nossa história simplesmente. Mas estamos chegando lá, dedicando este texto, a sopa de letrinhas, dos pobres diabos que nenhuma imaginação tinham. E volto: em mil quinhentos e sessenta e sete (20-1-1567), tempo pra “caralho”, em combate com os Tamoios e os Franceses, foram tomados a estes o Forte de Uruçu-Mirim (Praia do Clube de Regatas do Flamengo) e a Ilha de Paranapucu (União da Ilha do Governador). É a história popular do Brasil, dando samba para a galera rubro-negra. Tá vendo Camaleão, você veio de Jequié e não sabia; foi aluno do Arerê e via a linda paisagem do Dendê, de sua Velha Bahia, mas não sabia. Vai ficar sabendo, que na refrega - pólvora, sabre, flecha e outros – saiu ferido Estácio de Sá, que veio a falecer um mês depois (20-2-1567). Pois é, seu tio Men de Sá (aquela rua da Lapa), finalmente, expulsou os invasores da Proclamada França Antártica (gelada é uma boa) e mereceu os versos de Diniz: “É que, ó Vilagalhão, que te valeram os altos muros que vaidoso alçaste e de merlões soberbos coroaste”. Pois vá lá, querido Mestre Camaleão, fico feliz de você, caboclo brasileiro, andar por aí, na França, a fazer filhos com sua Arte da Sardinha, ao fazer do couro, sandálias, bolsas e cintos, e a felicidade de te ver jogando capoeira. Prossigo: mas a lembrança, daquele combate e das condições enfrentadas, fez com que o Governador-Geral tomasse a resolução: transferi-la – a cidadela - do Morro Cara de Cão para o local depois denominado Morro do Castelo. Era uma posição estratégica, defensiva e bem mais ampla para a instalação de uma nova cidade. Foi um outro “Primeiro de Março”, o de 1567. No mapa do século XVI, de que falamos, o local está devidamente registrado: Cidade de São Sebastiam, ali próximo ao CCBB atual.



O que tem isto a ver com Capoeira? Tudo. Por que capoeira não é nada, mas é tudo. Apenas uma invenção de “crioulos” desclassificados, como o Manduca da Praia, o peixeiro (Gangues de Nova York?), que aterrorizava aquela região de livre comércio, prostituição, vadiagem, peixeiradas, cabeçadas, pistoladas e correrias ; muito trabalho para conter a febre amarela, sífilis, pederastia, ópio, paraty, covardia, e todas aquelas coisas que assustam os especialistas de hoje em dia. É, realmente tinha a elegância da cartola mágica, bengaladas, etc. – era possível nova vida na Vila Imperial; até que veio a República e passamos para uma outra dimensão colonizadora. Como a abertura da Avenida Central ou o novo desenho urbano – parisiense certamente - , mas o passado do ensino artístico e dos ofícios, para fazer a coisa andar, foi pobre; até deprimente. Através do decreto de vinte e três do onze de mil oitocentos e vinte, nomeou-se para a Direção Corporativa Portuguesa, o patrício H. José da Silva (1772-1834) e a secretaria da Escola Real, organizado por um tal de Dillon, foi reformulada passando a outro português, o Padre Luis Raphael Soyé. Também foram substituídos os auxiliares de Auguste Taunay e Grandjean de Montigny, pelos Irmãos Ferrez e mais três pensionistas pintores. Charles Pradier regressou à Europa sob o pretexto de gravar os quadros históricos e os retratos de Debret; sua carreira foi suspensa: com a posse dos corporativistas portugueses, instalou-se grande descontentamento entre os artistas franceses. Assim, Nicolas Antoine Taunay, regressa a sua pátria (1821), reassumindo o posto de Membro do Instituto de França; como seu discípulo, assume a cadeira de pintura seu filho Feliz Emile Taunay (1785-1881). Finalmente, com a Proclamação da Independência, Debret toma a iniciativa e solicita ao monarca D. Pedro I, instalar um atelier na Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios. Reivindicava a honra de executar a tela da Coroação Imperial e instalar o curso livre de pintura. As chaves do “atelier” só foram entregues com muito custo, no segundo semestre de 1823 – um passarinho me contou, era o embrião das Maltas de Capoeira e nosso cavaleiro era um destemido monarca, dizem que ele apeou do seu cavalo, na porta da Escola Real, mandou chamar o diretor e falou: “Amanhã Monsieur Debret vai começar a trabalhar nesta casa.”... Ponto final. Após insistentes pedidos dos franceses, consegui-se instalar na Escola Real, os cursos livres de arte.

Naquela noite, tipicamente carioca, a nave resplandecia de ouro e expectativas. As flores e a música preenchiam todos os espaços. Muito demoradamente, o olhar envolvia de ternura as esculturas e pinturas da Igreja Nossa Senhora de Bonsucesso. O órgão anunciava a presença dos noivos e me fazia lembrar que há muito tempo não entrava ali; no palco, da histórica cidade, toda delicadeza cromática de um casamento tradicional, elevava as expectativas ascendentes dos convidados. O velho Rio de Janeiro, Carioca Gentil, flechara o peito de São Sebastião e o amor à família surgia na bandeja de prata. Na beira do mar; aprendi capoeira de angola, na beira do mar. Talvez alguma coisa nova me esperasse ali. Talvez, o casamento com uma Patachó, me desse a rede que eu tanto desejara. Tem sido assim, a cada dia me surpreendo mais, consigo, ao mesmo tempo, ficar muito lúcido e me tornar um total idiota. Mas levitava em sonho, nas lembranças, e me tornava orgulhoso dos meus filhos Trancoso. Pedro e Marina. Foi indescritível a emoção, ao pisar no Solo Pátrio da Bahia, na terra dos seus ancestrais; o avô nasceu em Arraial da Ajuda; Porto Seguro, uma referência segura; Trancoso, nome da família. O bisavô, por parte da avó, era o Doutor Trancoso, engenheiro que ajudou a fundar a Vale do Rio Doce. Viajo no tempo e no templo deste sentimento, quase pueril, que me faz bem, apesar da minha opção materialista. Nunca, minha “Doce Preta”, poderá entender esta minha vocação suicida, de me fazer soltar as amarras e voar sobre o abismo da Ave Maria. Doce Mãe, que me confunde, ao imaginar fazer o que já foi feito. Preciso das tradições, como valor humano e estratégia de sobrevivência. O salto no escuro, meu domínio, posso passar para outro idiota; devagarinho... Não existe nada no modernismo, nem pós, nem pré, que prescinda de muita paciência e suspense. Quanto aos cretinos invadindo a grande área do espírito, só mostram os dentes da morte entre tantas obras assim clonadas. Sincronia contemporânea, do Coisa, que se esforça para morrer em láureas de flores murchas, guardadas – a ferro e fogo – no armário fechado pelas ventanias. Eu, quem sabe, latino-ladino-latindo, espanto seu assombro em torno do Morro-Mordo Cara de Cão... Sou um Anjo Caído, sôfrego, por justiça divina e a mais fina “zoação”. Não levem nada em conta porque breve vou mandar a fatura; do meu sofrimento espiritual, atemporal. Quantos anos acumulados, entre uma história e outra, foram passados, mas não importa se consigo pelo menos antever alguma saída. Talvez seja pela porta de entrada, daquela igreja situada no centro geopolítico de nossa postura ideológica residual. Apenas lembranças; e despedida amarga de um momento querido.

Pois é, né, estou tentando escrever sobre capoeira e fico a me lembrar de meu tempo no assunto. Sento no banco, da Nave Mãe, e navego pela Outrora Magnífica Guanabara. Volto, sempre volto, mas neste ano (2006-2007) votei em branco. Um voto racista, com muito amor no coração. Acontece, que no princípio de 1824, o Imperador “Macunaíma” (ler Isabel Lustosa), acompanhado do seu gabinete, visitou a exposição de alunos de “Debret – Capoeiristas”, resolvendo então instalar a Imperial Academia de Belas Artes. Assumindo a Pasta do Império, o Marquês de Queluz dá seu apoio à Missão Francesa com seus artistas. Numa reunião os franceses foram convocados para apresentar o plano de organização da Academia; o que foi feito sem demoras e longas burocracias. A abertura da Academia (19-11-1826), apesar de tudo, só se realizou diante da chegada de Dona Leopoldina ao Brasil. Inaugurada com toda a pompa e abençoada pela fé cristã com a presença do casal imperial, marcou também um fato, invisível, na história dos fantasmas arrivistas do Brasil; aquela foi a última vez que a mesma (a rainha) se apresentou em público, pois veio a falecer logo depois. Pois bem, em uma sala com o trono imperial e os monarcas, decorreu a cerimônia, cabendo ao secretário Luis Sodré pronunciar o discurso oficial. Coube a Zepherin Ferrez, para esta data, gravar uma Medalha Comemorativa.



Meu amor pelo ser humano não poderá existir sem a presença salvadora dos meus entes queridos, guardados no peito, na mente e na minha participação social. Como evito o anti-social, da minha natureza sombria, procuro entender insistindo com este papo. Dentro, aquela ferida em botão, pode dar flor sobre a depressão quase crônica; às vezes acordo deprê, mas vou dormir alegre da vida – ou vice-versa. Vicejando sobre os pântanos da cidade, arrumei nosso passado, para enfeitar este presente sem futuro. O sertão vai virar mar e a Guanabara vai derramar sobre nós, aquele banho de merda, anunciado pelos crentes que são malandros. Pétalas de rosas brancas, tangidas pelo sangue derramado, nos becos, trapiches e sobradões nauseabundos, virão perfumar o ambiente telúrico deste texto capoeirístico.Ferida punjente de uma certa aproximação, que nunca se realiza, impedem nossa entrada triunfal no Paraíso. Ah! Minha preta linda, minha rainha de sabedoria, me sinto tão poeta que receio estar ficando velhinho. Então tá! Eu volto:assumindo a Pasta do Império, José Clemente Pereira, atendendo às solicitações de Porto Alegre e Debret (da capoeira), autorizou que fosse organizada uma Mostra Anual de Belas Artes – quem sabe no Parque Lage, com a Besanzoni e tudo mais; como era o nome do almirante biônico, que deslocou o antigo IBA, da Praia Vermelha para aquele parque em litígio? Não sei não, mas vamos nessa. Em cinco do onze de mil oitocentos e vinte nove (5-11-1829), realizou-se a Primeira Exposição de Belas Artes, podendo – finalmente – os mestres franceses – cariocas? – apresentar resultados de seus cursos. Já em 1830, Debret, auxiliado por Grandjean de Montigny, Felix Taunay e Araújo Porto Alegre, realizou o segundo no Brasil. A este Salão de Belas Artes, mais visitado ainda, concorreram três professores e 126 trabalhos dos alunos da Academia.

Apenas fatos históricos. Sangue do meu sangue, que eu não mereço e não posso descartar. Não vale a pena, é apenas uma ilusão ilícita da minha caneta BIC; na grafia abstrata do desenho introjetado. Desempenho secular de “crioulo”, que aos poucos vai levantando o mapeamento absurdo do meu cérebro bipolar. E os contornos, da ladainha galega, aquela que pertenço? Se é que vocês me entendem; para onde vão nos levar, construindo sobre os escombros da tradição arquitetônica, na Cidade Maravilhosa? E "O Coisa", antitradicionalista, será que ele concorda com a demolição sistemática, dos Prédios Neoclássicos (franceses), dos Ecléticos Palácios (Monroe e outros), Casas e Paredões? E aquilo que convencionou-se chamar Art Déco, e coisa e tal? Que tal? Vamos modernizar tudo, contemporizar, ou demolir a alienação dominante, com suas mesquinhas façanhas? Esta modernidade não é nossa; companheira, Art Noveau, sua arte e seu desenho feminino, nos seduz, sua linha e a sinuosidade escultórica orgânica da natureza nos leva aos gregos, mas o cara acha descartável o ambiente neoclássico dos prédios da cidade. Já era? Opressão e submissão, aos cânones contemporâneos. Foi com a mesma arrogância, que desconstruíram o Morro do Castelo. Tudo bem; serviu de aterro, etc. E o “Crioulo”? Aquele Negro, que havia estudado na Europa, antes de tudo isto, e que dava aulas gratuitas em cima daquele morro, o que fizeram com ele? E a capoeira, como se desenvolvia? Pois é leitor, já leu o “Bom Crioulo”? Não, então vá, voltando... Oi sim, sim, sim; Oi não, não, não...
Mas existem outras coisas além das tantas referidas. Tantas, que nem posso revela-las. Como aquela coisa estranha a nos acompanhar desde que nascemos: o eu. Então, foi isto! "
O que me atrapalhou um pouco, foi isto mesmo". O fato, inexorável, da minha existência divina e atômica, prestes a cometer um dlicioso conto. Só não encanto, porque sou sacana e atuo com sentimento e perfeição. Qualquer mulher entende o que estou falando. Só, que  somos poucos; e, o resto, canta de galo.... Mas pato pia, mas o canto pede um milhão, Merece tudo; eu também....rj- br- 28- 3- 2001 AZ  
Pois é, mais uma vez, estavam os artistas esperançosos por uma mudança favorável na política oficial. Quem sabe, conseguimos alguma coisa na Funarte também?!?! Aí, chegou aquela notícia: o Governo Imperial vai ceder parte do Edifício da Imperial Academia de Belas Artes para a instalação da Tipografia Nacional que, de lá, só saiu em 1836 – tá vendo só isto, nós até que achamos legal a fusão das Artes Visuais. Daí em diante, segundo nossas anotações guardadas há tantos anos (para que?), a direção de Felix Emile Taunay, que por sugestão de Montigny foi nomeado diretor da Academia quando da morte do antigo dirigente português(1834), reafirmou o projeto da Missão Acadêmica Francesa; tornando-se, assim, marco definitivo para as Artes Visuais no Brasil.
 Sem essa, de empata-foda acadêmica. Esta foi apenas parte da história verdadeira, vivida até nossos dias. Irremovível, de qualquer possibilidade investigativa. A geração dos grandes arquitetos, do Modernismo Brasileiro, aprendeu a desenhar neste contexto acadêmico. Uma velha história, que comporta tudo; participação ideológica, estética, crítica e tudo mais. Olha aí, seu Coisa! Sem desenho nada feito. Aquilo que você tanto elogia, nossos companheiros e colegas famosos, só chegaram ao apogeu, passando pela vertiginosa tradição estética destas instituições acadêmicas. A Bauhaus foi uma delas; uma questão de escolha ideológica, que produziu os melhores protótipos visuais de nosso pequeno e infinito universo virtual; programado mecanicamente para idiotas que nunca aprenderam a desenhar.
É, sabemos, pode dar samba, mas darão vazão a visão universalista e social da ítalo-brasileira Lina Bo-Bardi, nossa referência, insubstituível, quando olhamos de frente a diversidade cultural brasileira? Eis a questão.
Pois é, para o companheiro Niemeyer, tudo; todas as homenagens. Só não consigo pensar no Lúcio Costa; I love you Barra da Tijuca - com o jovem Pan e seu cinismo fedorento em preto e branco, onde só os urubus – "urubu come folha; é conversa fiada..." – e as garças, poderão sobreviver. Lagoa da Tijuca, cloaca greco-romana com sua tradição arquitetônica emergencialmente atolada na merda contemporânea. E as soluções? Puta-merda. Foram boas as noções de arquitetura analítica da Belas Artes. Bolo de noiva, minha gente, só os da minha mãe. Vejam bem, cansei de bater...

Já faz oito anos. Era aniversário de uma amiga na PUC-Rio. Tudo muito elegante, aí eu me vi e não gostei. Me voltei para o grupo e anunciei minha intenção de mudanças. Parei de fumar e entrei para a capoeira. De lá pra cá, gingando sempre, “penetrei” nas rodas da zona sul, do centro da cidade e da periferia. Fui batizado. Participei e fui homenageado. Realizei eventos e divulguei inúmeras idéias e projetos de trabalho. Além disso, mantenho um portal (site) com encadeamento de vários blogs na Internet. Trabalho vivo, com público cativo, mas nem um pouco unânime quanto a nossa presença possível; só não podem ignorar. Morrer de inveja e ficar de olho grande, pode. Mas cuidado, porque aprendi a fazer magia quando preciso. Três Orelhas, Rio de Areia e lugares onde o vento faz a curva, sempre encantaram nossa passagem.
Filho espúrio das artes plásticas, tentei deixar o vício, mas nunca consegui sair. Escapei pela janela com a fumaça, mas meu cerebelo me fez tombar, diante da vossa estupidez humana. Posso assim dizer, que no mais recente projeto sobre capoeira. O Capoeira Viva, patrocinado institucionalmente, sou parte ativa, porque veiculamos estas projeções e justificativas do projeto Reunir Capoeira – apresentado ao Centro Cultural do Correios e Telégrafos a anos atrás. É claro, nossa intenção é transpor para nossos blogs, tudo o que pensamos, reivindicamos e realizamos nesta área invisível da cultura popular. Depois tchau. Com horror batemos na porta dos profissionais do setor, procuramos “autoridades” e nada. Só ganhamos um pequeno patrocínio do Estado, agora, através do Capoeira Viva, que não paga nem a sola do sapato de nosso ir e vir pelos labirintos intermináveis das fantasias, das assombrações, das lutas e de todos os sacrifícios de nossos Mestres Capoeiristas.
São horas de gravação, de todo o tipo de evento, que correm o risco de virar pó. Se der mofo, mofo deu, como fudeu minha Trapizonga, quadros, desenhos e grande parte da minha memória ativa desta cidade perversa e sádica, iluminada pelas Caras e pelas Bocas emergentes dos contumazes leitores destas gracinhas. Mas a paisagem é nossa e o contraste, aprisionado pela tunga, voa como pássaro empalhado pela mídia nociva. Se vou brigar com a mídia? Não, não vou, porque estou nela. E sempre estive, através das idéias de superação de nossas tresloucadas zoações sociais; ou, quem sabe, pela porta da frente, no sofá da entregação dos prazerosos dedo-duros dos “comunas”; os loucos e os sacanas “vivos”, que dançaram com o ritmo factual, dos indignados a favor. A favor dos eternos segmentos da renda fixa. Nós, deslocados para a periferia da mídia, entramos pela janela nos dias de chuva ou de sol (mas entramos), como folhas ao vento; quem sabe, como cisco, no olho de ver, para impedir que você veja o que passamos juntos. Esta grossa porcaria de vida-boa, sem história derramada, sem a presente paranóia da sobrevivência e sem aquela bala perdida. Contamos, na certa, com as achadas, paradas em estado letárgico de abandono e uso. Em torno delas daremos uma voltinha, porque é da careca dura, que todos gostam mais. Agora chegou a hora da despedida, “se achar de ficar” contra todo mundo, ficaremos.
Digam ao povo que fico; com vermes insanos, “na maré”, com apupos, me seguindo; com proezas nunca realizadas, e com todas as coisas proibidas. Nosso trabalho, para a capoeira, já é um manifesto de ousadia, sem frescuras editoriais nem engodos virtuais, que foi como entendemos estas propostas. Ok? Rio de vocês. 2007. AZ, o coletor de imagens. E Zulaires, o Jovem Pandemônio, saúda a periferia e seus mestres. Preparando sua despedida da “vadiação”... Ou me aceitam, ou vão encarar o que não queriam. Fui.
Jovem Pandemônio

terça-feira, 25 de setembro de 2007




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CAPOEIRA MOFO DEU
Se der mofo, mofo deu. Quinze de junho de dois mil e quatro, volto a pensar no nosso livro; no LIVRO NEGRO. Foram tantas coisas estilhaçadas, que não me animo a um retrospecto justo; ainda mais com a Hebe Camargo animando o ambiente frio e noturno desta noite de lembranças; flashes, entre um carnaval e outro, no tempo em que trabalhei para ela na TV Continental. Fantásticas, certas personalidades transparentes, porque a chuva sempre molha o verde vital de suas vidas. Na verdade, em certos momentos, a televisão e o rádio foram as únicas companhias. Ficaram aquelas pernas lisas e aqueles peitos duros entre as tapadeiras televividas. Neste caso, o som urbano, me suga por dentro o retorno aos assuntos que andei mentalmente elaborando. Me perco ao escrever de memória sobre este periódico dia; só não consigo lembrar seu conteúdo. Também não vai dar , com a vibração ambivalente dos entrevistados desta noite brega-chique. Idiotice total; porém, consigo me eximir de algumas culpas. Contudo, por não ter contribuído com o INPS, não poderei receber minha tão desejada nomenclatura - a aposentadoria por idade. Zero de ganho fixo, mas aos sessenta e sete anos terei de prosseguir pelo caminho e encarar de frente a velhice de pau na mão... Vou ter que tirar onda de João Sem Braço, e encarar a morte algum dia. Gostaria de virar cinzas e ser derramado misturado as aguas da Cascatinha. Ali, quando criança, me ralei todo da cabeça aos pés; meu pai, precavido, me deu um banho público e depois derramou iodo sobre toda a ralação daquela travessura. Logo fiquei bom, nenhuma infecção, mas não me esqueço da dor , da vergonha , ao ter que chorar na frente de todo mundo. Coisas da vida rala, que se esvai com a falta de tempo e interesse do leitor; eu volto,
Sempre volto.
ELTON JONH
Ocupa a noite do Rock In Rio. Ouço sons de piano_de cordas_ porque andei reparando, no computador, as tiradas_em caldas_do Naná Vasconcellos. Do berimbau discorriam longas letras em ingles xavante: ramirão- ão- ão. No entretanto me deixo estar, como consumista. Só sinto falta dos amigos, no fogo sagrado da nossa tão próxima mas longinqua, passagem pela roda do teatro popular da capoeiragem. Escapamos por espaços múltiplos, milimétricos, daquelas particulas mais velozes que o liquidificador. Das luzes e mirações, santificadas pela visão distante da televisão; agindo livre na minha 'fotofobia'. E o cara, Sir Elton Jonh, derruba nossas forças ao ouvi-lo como refem das cifras: "700 mil em 7 dias". Não posso acompanha-los nesta fúria contida, mas convém entender Q no PARALELO, só nos resta observar sem cair na tentação da possibilidade de aproximação. Um erro sem retorno para mim; mas o Granatinho é amigo do grande astro da noite deste sabado, Q aqui, transmitindo-se a sinfonia do refrão... ão... ão... ão; assim queriam.
AZ RJ BR 23/9/2011

LEBRETON; Joachim Lebreton nasceu em Saint-Méen de Gaël, no Departamento de Ille-et-Vilaine, na Bretanha (7-4-1760). Estudou Humanidades no Colégio dos Teatinos, tornando-se clérigo. Um católico que em 1789, com a REVOLUÇÂO BURGUESA , abandonou o hábito abraçando a causa revolucionária. Famoso pela eloqüência e pelo temperamento violento, casou-se com a filha do químico Darcet; com sua ajuda, entrou para a administração pública na seção de museus, conservatórios e bibliotecas. Mais tarde, entrou para o Instituto de França, sendo nomeado em seguida Secretário Perpétuo. Produto político da revolução e admirador de Napoleão, não viu com bons olhos a queda do Corso e o retorno dos Bourbons. Assim, com um discurso no Instituto atacando o Duque de Wellington, pregou contra o retorno aos países de origem das obras de arte saqueadas por Napoleão e seus exércitos. Pois é, foi demitido do cargo perpétuo. Deste modo chegou ao Brasil. Lutou com as maiores dificuldades, inclusive com o Embaixador Francês Maller, instalando-se por fim, no Rio de Janeiro no tempo em que as baleias tomavam banho de mar na Baía da Guanabara... ( Joachin Lebreton_ França 1760_Rio 1819)Imagine se aquele ser surgisse, ao levantar-se âncoras embrionárias, por não ter o hábito de ver e ler seu próprio destino-vivenciado, ou seu testemunho histórico compartilhado; e sendo aquela personagem dura, impermeável a qualquer tentativa de comunicação? Aquele onipotente neurótico, em lavas, apegado a crosta terrestre com suas escamas de determinação? Acontece que, quando forço a barra, me exponho ao bote da negação contínua e sistemática, como aquela velha inquisição de toda família zelosa pela administração lusitana. Surgem naqueles momentos de ingerência dos prazeres da carne, ou nas interferências sociais de conveniência, que não chegam a determinar uma nova conduta. É, mas nestes casos, temo as energias psíquicas voltadas contra as minhas crenças vitais, que são aqueles múltiplos modus, de existir e de expressar, onde estou inserido realmente; sem compromisso com a lógica da narrativa e os fatos ,"aleatóriaos - pontuais" , contraditoriamente insinuados aqui...
Azulei pelos caminhos do Capueruçu, sítio na altura do Campo de Santana atual, por onde os escravos fugiam da cidade para os Quilombos. Não devia ser nada fácil, porque tinham os Capitães do Mato e os Mastins, além daqueles Bugres sempre de olho nos estranhos. Era uma região chamada de Engenho Pequeno pelos portugueses, saía do Centro Velho em direção às grandes fazendas de açúcar do Rio de Janeiro, no final do século XVIII. Era a Lagoa do Capueruçu, ou da Sentinela, como passaram a lhe chamar os portugueses escravistas; a principal rota de fuga dos evadidos fujões da cidade. Sabemos tambem, lendo nos livros, que Adolfo Morales de Los Rios é uma indicação muito interessante para os fatos urbanos do passado; do final do século XIX ao início do século XX, como engenheiro e arquiteto famoso da época, mas hoje quase esquecido...Pois é -Capueruçu: CA, nome indígena, referente ao material originário das matas; PU, referente a cesto; CAPU, cesto feito com material das matas -cipó usado por ser resistente à agua salgada, e, até hoje em dia, no interior, trançado para a fabricação dos mesmos cestos. CAPUERAS, escravos carregadores de mercadorias, sendo muito encontrados na Praia da Piaçava do passado imperial, local de desembarque de todo tipo de encomendas; atual Rua Dom Manuel, que fazia fronteira com o Morro do Castelo; marco da fronteira social, que dividia as MALTAS , dos Guaiamuns e dos Nagôas, até a segunda metade do século XIX. Historinha cabeluda cheia de tentáculos políticos culturais,

   que gerou nossa maneira sinuosa de comportamento.                       +Aqui!_Indio Quer Apito
http://www.youtube.com/watch?v=1ATQlwzK3-I&feature=related
Temo o ególatra mimado, o reizinho de salão, sempre seguido por seu séquito de empata fodas profissionais, e pior, pelos deslumbrados amadores atuantes que conseguem transformar qualquer boa idéia em protuberante merdalhão. Criaturas contaminadas pela culpa de origem e sobrecarregadas pela voracidade do sucesso. Sempre de olho grande , o zolhudo paranóico, se acha referência social e atua cuspindo besteiras e repetições sem alma de artista, seu grande desejo secreto. O grande sonho do larápio seria a superação amoral, do veneno coletivo, naquela direção forte, dominante, da castração de suas vítimas invejadas. Por isto o sacana embala "a coisa", não podendo separar-se da criatura particularizada, na ação conjunta de todos os indivíduos carentes de emoção. Mal maior, nacional e internacional. E sem solução, mas eu volto com São Jorge Protetor sobre tudo ...
Assim foi-se. Fui e voltei com Lebreton e seu sonho de criar a Pinacoteca do Brasil. Sonhador, o revolucionario frances, trouxe e fez vir da França 54 telas de grandes mestres. Telas que, apó sua morte (relato de Debret), ficaram 6 meses num cômodo escuro, abandonadas por imprudência do burocrata real; Henrique José da Silva- o zolhudo. A 9 de junho de 1819, Lebreton, faleceu sendo substituído pelo medíocre burocrata-pintor português. Uma velha história, sempre repetida, e sempre muito bem argumentada. Só não entendo nosso D João VI; ele escapa de Napoleão e traz um revolucionário para o Rio? Lebreton veio para o Brasil no veleiro norte-americano “Calpe” - de três mastros. Saindo de Havre (22-1-1816), aporta no Rio (26-3-1816) com a Missão Artística Francesa. O Decreto Real (de 12-8-1816) criara a Escola Real das Ciências, Artes e Ofícios. Fixando estipêndios anuais, devidos aos professores, e funcionários da Missão, contratava-os por seis longos anos...
Quer dizer, todos os fatos têm a ver com a capoeira. Todos, inclusive os não acontecidos, como a direção do bonapartista, na embrionária Academia Imperial de Belas Artes. Mas Debret, com seus artistas protegidos, registraram as primeiras imagens de negros escravos ensaiando a vadiação popular sob o controle do poder secular. Um repórter esteve presente na fundação da Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, palco esplendido desta reflexão. Testemunho verdadeiro do que vemos e ouvimos falar, sobre o dia da fundação e local da cidade: “uma peleja travada a tiros de canhões e de golpes de alfarrábios”, muito pouco lidos ou citados nesta história que estamos encaminhando. A reportagem era do quinhentista Padre José de Anchieta, narrando o acontecido a primeiro de março de mil quinhentos e sessenta e cinco (5-3-1565). Dizia ele: “Começaram a roçar em terra com grande fervor e cortar madeira para a cerca (sistema de fortificação portuguesa com trincheiras e fosso), sem querer saber dos Tamoios nem dos Franceses, mas como quem entrava em sua terra, se foi logo o Capitão-Mor (Estácio de Sá) a dormir em terra, e dando ânimo aos outros para fazer o mesmo, ocupando-se cada um em fazer o que lhe era ordenado por ele, a saber: "cortar madeira e a acarreá-la aos ombros, terra, pedra, e outras coisas necessárias para a cerca; sem haver nenhum a quem isso repugnasse"... Um quadro vivo e nervoso a que se entregaram os homens de Estácio de Sá naquele dia. Todos guapos desbravadores portugueses construindo cercas junto ao Pão de Açúcar (cartão postal contemporâneo), na planície do Morro Cara de Cão, atual Fortaleza de São João. Ali na Urca centenária, na entrada da Baía da Guanabara.Porque deveria abrir mão da presença afetiva de meu pai, que vive dentro de mim com a sua fé cristã e humanista? Existência sutil, mental, que me acompanha porque me faz falta. Através dele descobri os segredos dos livros e a curiosidade insaciável pela existência. Breve, muito breve, mas repleta de experiências não publicáveis; um dia quem sabe...Pois é, quando fica esquisito e a angústia aumenta, apelo para a reza forte e as mandingas da Vovó Maria; esconjuro...Tudo muito intimista e pessoal, intransferível, elaborado nas transmutações de minha mente azulada e na força de meu coração de menino. Guardo todos os meus entes queridos na ponta da língua e solto-os nestas ocasiões, para abrir caminho na capoeira, no mato ralo e no vazio total da solidão comportamental; como Zumbi, nas trevas do terceiro mundo, sacaneio a massa falida da arrogância dominante. É, mas prestigio o saber, o talento e a formosura, dos filhos desencarnados de nossa história.Meu herói das três raças é o Urian Agria de Souza. Com ele adentrei o Solar Grandjean de Montigny pela primeira vez: Razões Sensíveis do Diálogo. Depois o amigo foi embora para Pernambuco. Todos foram embora, cresceram e sumiram. É a vida, mas ficam as histórias. Sempre será assim. Com a expo Malta Ilustrada, retornei ao Solar e aos mistérios sonoros daquela arquitetura. Uma concha acústica foi criada ali; só para quem sabe... Desde sempre circulei por aqueles matos, que tinha o Rio Rainha , como referência de vida, e o Parque Proletário da Gávea, como minha iniciação na confecção de carros alegóricos. Fazia frio e era muito úmido. No verão, o rio enchia com as tempestades e, às vezes, o carnaval ficava alagado. Mas, por ser assim, quando o arquiteto construiu sua casa, ele chegava de barco navegando pela Lagoa R.F.- está lá, nas litografias...Contam que chegando ao Rio, Grandjean teve por parte do Conde da Barca a incumbência de projetar a futura Academia Imperial de Belas Artes; com a aprovação do Rei, a construção foi iniciada sob a orientação do Barão de São Leopoldo, Ministro da Fazenda. Iniciada a construção, o conde da Barca faleceu (24-6-1817) e as obras paralisaram-se por anos, atrasando o ensino das Artes e Ofícios no Brasil.Dentro deste texto mora um mistério maior; ajudando-nos ao aproximar diferenças e exorcizar o medo do desconhecido. Área cativa, dos comandos subjetivos e dos segredos da alma. Contudo , espero que não queiram testar a força motriz do ódio imperial. Por isso, é preciso continuar narrando , porque teria havido um problema grave a resolver , a água. O Repórter Anchieta, pula dos meus rascunhos e continua: “E porque naquele lugar não havia mais que uma légua de ruim água, e esta era pouca, o dia que entramos choveu tanto que se encheu e rebentaram tantas fontes em algumas partes, que bebeu todo o exército em abundância e durou até que se achou água boa num poço que logo se fez.”Num mapa quinhentista, descoberto em 1907, na Biblioteca do Palácio da Ajuda, esse núcleo populacional ao pé do Pão de Açúcar, aparece registrado, como “Cidade Velha” . E que dois anos depois destes acontecimentos, a cidade se mudou para o Morro do Castelo; por motivos estratégicos, levaram Men de Sá ,tio de Estácio de Sá e terceiro Governador Geral do Brasil, a tal atitude. Quando o ódio escapa da barriguilha imperial, na direção centrífuga de sua perplexidade, homens e mulheres tornam-se iguais perante Deus. Principalmente naquelas questões condicionantes dos deveres cívicos. É claro, as mulheres têm mais balanço; se nativas então, têm muito mais abertura anatômica, mais percepção emocional e, acima de tudo, são mais alongadas e gostosas. Os homens são muito chatos, competitivos, e quando molham a garganta, falham no tiro. Acostumado e condicionado a luta, Lebreton age, interessando as autoridades na sua idealizada academia (Republicana? ). Apesar do sacrifício e da luta, acaba desanimando. Desencantado, recolhe-se a uma chácara que aluga no Flamengo ocupando-se de uma obra literária (qual?). Ali (em 9-7-1819) veio a falecer, sem ter realizado nenhum de seus projetos que o trouxeram ao país. Com sua morte a Academia ficou momentaneamente sem rumo. Coisa de "crioulos" - pessoas nascidas nos países colonizados pelos europeus, mesmo sendo “brancos” - que, afinal, fizeram a glória do novo mundo. Gentinha miúda, sem títulos nobiliárquicos, que segurou o tranco da cidade; mangue sem água potável, cheia de pestes, lutas, mortes e curta sobrevivência. Mesmo para os jovens imigrantes portugueses, que aqui chegavam, nos Navios Negreiros, presos aos contratos de trabalho (também escravo) estabelecidos com o Capitão do Mando, a dispor de suas vidas empregando-os no duro trabalho de construção de nossa cidade fascinante. Sempre: suor e sangue. Somente mais tarde, a capoeiragem malandra, surfando sobre este mar de lama e merda desta nossa historinha, muito mal contada, ressurge do fundo do poço e conquista o Velho Mundo; sem Caravelas, apenas cantando ladainhas e chulas “sem importância”. Do berimbau fizeram uma arma, e da dança macabra das antigas maltas recriaram a elegância e a malícia de uma nova dança "crioula"; enfim, o teatro, que continua, é o show que não pode parar...

Evidentemente o espetáculo não para, a não ser que aquela pôrra caia dos céus e fure a crosta terrestre. Aí sim, vamos ter o “Fim da História”; da nossa história, simplesmente. Mas estamos chegando lá, dedicando este texto a sopa de letrinhas, dos pobres diabos que nenhuma imaginação tinham. E volto: em mil quinhentos e sessenta e sete (20-1-1567), tempo pra caralho, em combate com os Tamoios e os Franceses, foram tomados a estes o Forte de Uruçu-Mirim (Praia do Clube de Regatas do Flamengo) e a Ilha de Paranapucu (União da Ilha do Governador). É a história popular do Brasil, dando samba para a galera rubro-negra. Tá vendo Camaleão, você veio de Jequié e não sabia; foi aluno do Arerê e via a linda paisagem do Den, de sua Velha Bahia, mas não sabia. Vai ficar sabendo, que na refrega - pólvora, sabre, flecha e outros – saiu ferido Estácio de Sá, que veio a falecer um mês depois (20-2-1567). Pois é, seu tio Men de Sá (aquela rua da Lapa), finalmente, expulsou os invasores da Proclamada França Antártica ( gelada é uma boa ) e mereceu os versos de Diniz: “É que, ó Vilagalhão, que te valeram os altos muros que vaidoso alçaste e de merlões soberbos coroaste”. Pois vá lá, querido Mestre Camaleão, fico feliz de você, caboclo brasileiro, andar por aí na França a fazer filhos com sua Arte da Sardinha; ao fazer do couro, sandálias, bolsas e cintos , é complementar, te ver jogando capoeira...Prossigo: mas a lembrança, daqueles combates e das condições enfrentadas, fez com que o Governador-Geral tomasse uma resolução: transferi-la - a cidadela - do Morro Cara de Cão para o local depois denominado Morro do Castelo. Sem dúvida posição estratégica, defensiva, bem mais segura para a instalação de uma nova cidade. Foi um outro “Primeiro de Março”, o de 1567. No mapa , do século XVI, que agora delineamos , o local está devidamente circunscrito: Cidade de São Sebastião, ali próximo ao CCBB atual.
Assim somos
A coisa está feia pro nosso lado. Se me mato, perco a vida e todos esquecem, pela natureza própria ao seu impacto social, Mas, não me mataria por amor, que em mim é múltiplo; mas por meus filhos mato sim.
Eu compreendo tudo , mas não entendo o rítmo mofino do cotidiano. Sei que vão procurar esquecer tudo, mas eu nunca esqueço do meu pai; está em mim, nossa total diferença e semelhança divina. Tentam me envolver com minha sina sinistra, de pessoa torta, inverossímel, fora da orbita comum dos mais bem sucedidos. Meu amigo voltou com o velho cacoete daquela falsa elite e me considerou perseguido pela mania de CIA. Coisa viva, entre nós , até natural no Big Brother, sempre espiando e distribuindo prêmios aos vencedores. Estou pensando para onde ir e por onde começar de novo, apesar de velho...Quanto a expiação é uma questão natural tambem, como a bunda que acenta os funfdilhos nos gabinetes excusos. Ou, nos botecos mais ordinários aonde voce ri a toa. Cotidiano, que não me precede em nada. Só na sua ação nefasta ao modificar meus melhores amigos; pelo menos os mais fingidos; de pés tortos e inseguros - porque o machão é antes de tudo, mordido...Ela está ai e pronto. Só a sua ação, sedutora, normalmente nefasta, porque alicia bundões que nos traem com medo do próprio fracasso na cama. Mas é frigida, um terror e submersa em seu próprio sangue.

E não adianta o jaboretes ficar cagoetando "comunas" do PT, porque lá não os tem. Tem na China, vai encarar? O Apolônio Carvalho teria alguma culpa em seu cartório? E o Leandro Conder ? Personagens quase únicos em seu velho 'Mar De Lamas. CPC ENQUANTO CPCs_ COMUNISTAs? Cinema Novo, subversivo? Tá com medo de que?

AZ COLLECTOR 1964
2010
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O que tem isto a ver com Capoeira? Tudo. Por que capoeira não é nada, mas é tudo. Apenas uma invenção de “crioulos” desclassificados, como o Manduca da Praia, o peixeiro (Gangues de Nova York?), que aterrorizava aquela região de livre comércio, prostituição, vadiagem, peixeiradas, cabeçadas, pistoladas e correrias ; muito trabalho para conter a febre amarela, sífilis, pederastia, ópio, paraty, covardia, e todas aquelas coisas que assustam os especialistas, de hoje em dia. É, realmente tinha a elegância da cartola mágica, bengaladas etc. – era possível nova vida na Vila Imperial; até que veio a República, e passamos para uma outra dimensão colonizadora. Como a abertura da Avenida Central ou o novo desenho urbano - parisiense certamente -, mas o passado do ensino artístico e dos ofícios, para fazer a coisa andar, foi pobre; até deprimente. Através do decreto de vinte e três do onze de mil oitocentos e vinte, nomeou-se para a Direção Corporativa Portuguesa, o patrício H. José da Silva (1772-1834) e a secretaria da Escola Real, organizado por um tal de Dillon, foi reformulada passando a outro português, o Padre Luis Raphael Soyé. Também foram substituídos os auxiliares de Auguste Taunay e Grandjean de Montigny, pelos Irmãos Ferrez e mais três pensionistas pintores. Charles Pradier regressou à Europa sob o pretexto de gravar os quadros históricos e os retratos de Debret; sua carreira foi suspensa: com a posse dos corporativistas portugueses, instalou-se grande descontentamento entre os artistas franceses. Assim, Nicolas Antoine Taunay, regressa a sua pátria (1821), reassumindo o posto de Membro do Instituto de França; como seu discípulo, assume a cadeira de pintura seu filho Felix Emile Taunay (1785-1881). Finalmente, com a Proclamação da Independência, Debret toma a iniciativa e solicita ao monarca D. Pedro I, instalar um atelier na Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios. Reivindicava a honra de executar a tela da Coroação; eventos históricos insubstituíveis e interpretações ficcionais, que correm o risco de virar pó. Se der mofo, mofo deu, como fudeu minha Trapizonga, quadros, desenhos e grande parte de minha memória ativa desta cidade elíptica, perversa e sádica, iluminada pelas Caras perplexas e pelas Bocas emergentes, dos contumazes leitores destas gracinhas. Mas a paisagem é nossa, e o contraste aprisionado pela tunga, voa como pássaro na sunga, espalhado para uma mídia nociva, pelos divulgadores profissionais pagos pelos contribuintes passivos que, infelizmente, são incapazes de nos compreender . Se vou brigar com a mídia? Não, não vou, porque estou nela. E sempre estive, através das idéias de superação de nossas tresloucadas zoações sociais; ou, quem sabe, pela porta da frente, no sofá da entregação dos prazerosos dedo-duros dos “comunas”; os loucos e os sacanas “vivos”, que dançaram com o ritmo factual, dos indignados a favor. A favor dos eternos segmentos da renda fixa. Nós, deslocados para a periferia da mídia, entramos pela janela nos dias de chuva ou de sol (mas entramos), como folhas ao vento; quem sabe, como cisco, no olho de ver, para impedir que você veja o que passamos juntos. Esta grossa porcaria de vida-boa, sem história derramada, sem a presente paranóia da sobrevivência e sem aquela fala imperial ao instalar o curso livre de pintura. Pois é, as chaves do “atelier” só foram entregues com muito custo, no segundo semestre de 1823 – um passarinho me contou, era o embrião das Maltas de Capoeira e nosso cavaleiro, o destemido Monarca Pedro, O Cavaleiro Andante. Dizem que ele apeou do seu cavalo, na porta da Escola Real, mandou chamar o diretor e ordenou: “Amanhã, Monsieur Debret vai começar a trabalhar nesta casa. ”...Ponto final. Após, insistentes pedidos dos franceses, conseguiu-se instalar, na Escola Real, os cursos livres de arte. Ademã.

Naquela noite, tipicamente carioca, a nave resplandecia de ouro e expectativas. As flores e a música preenchiam todos os espaços. Muito demoradamente, o olhar envolvia de ternura as esculturas e pinturas da Igreja Nossa Senhora de Bonsucesso. O órgão anunciava a presença dos noivos e me fazia lembrar que há muito tempo não entrava ali. No palco, da histórica cidade, toda delicadeza cromática de um casamento tradicional, elevava as expectativas ascendentes dos convidados. O velho Rio de Janeiro, Carioca Gentil, flechara o peito de São Sebastião e o amor à família surgia na bandeja de prata. "Na beira do mar; aprendi a jogar, capoeira de angola, na beira do mar". Talvez alguma coisa nova me esperasse ali. Talvez, o casamento com uma Patachó, me desse a rede que eu tanto desejara. Tem sido assim, a cada dia me surpreendo mais, consigo, ao mesmo tempo, ficar muito lúcido e me tornar um total idiota. Mas levitava em sonho, nas lembranças, e me tornava orgulhoso dos meus filhos Trancoso. Pedro e Marina. Foi indescritível a emoção, ao pisar no Solo Pátrio da Bahia, na terra dos seus ancestrais; o avô nasceu em Arraial da Ajuda; Porto Seguro, uma referência segura; Trancoso, nome da família. O bisavô, por parte da avó, era o Doutor Trancoso, engenheiro que ajudou a fundar a Vale do Rio Doce. Viajo no tempo e no templo deste sentimento, quase pueril, que me faz bem, apesar da minha opção materialista. Nunca, minha “Doce Preta”, poderá entender esta minha vocação suicida, de me fazer soltar as amarras e voar sobre o abismo da Ave Maria. Doce Mãe, que me confunde, ao imaginar fazer o que já foi feito. Preciso das tradições, como valor humano e estratégia de sobrevivência. O salto no escuro, meu domínio, posso passar para outro idiota; devagarinho... Não existe nada no modernismo, nem pós, nem pré, que prescinda de muita paciência e suspense. Quanto aos cretinos invadindo a grande área do espírito, só mostram os dentes da morte entre tantas obras assim clonadas. Sincronia contemporânea, do Coisa, que se esforça para morrer em láureas de flores murchas, guardadas – a ferro e fogo – no armário fechado pelas ventanias. Eu, quem sabe, latino-ladino-latindo, espanto seu assombro em torno do Morro-Mordo- Cara de Cão...Sou um Anjo Caído, sôfrego, por justiça divina e a mais fina “zoação”. Não levem nada em conta porque brevemente vou mandar a fatura; do meu sofrimento espiritual, atemporal. Quantos anos acumulados, entre uma história e outra, foram passados, mas não importa, se consigo, pelo menos, antever alguma saída. Talvez, seja pela porta de entrada daquela igreja, situada no centro geopolítico de nossa postura ideológica residual. Apenas lembranças; e despedida amarga de um momento querido...

Pois é, né, estou tentando escrever sobre capoeira e fico a me lembrar de meu tempo no assunto. Sento no banco, da Nave Mãe, e navego pela Outrora Magnífica Guanabara. Volto, sempre volto, mas neste ano (2006-2007) votei em branco. Um voto racista, com muito amor no coração. Acontece , que no princípio de 1824 , o jovem " Imperador Macunaíma" ( ler Isabel Lustosa ), acompanhado do seu gabinete visitou a exposição de alunos de " Debret - Capoeiristas ", resolvendo então instalar a Imperial Academia de Belas Artes. Assumindo a Pasta do Império, o Marquês de Queluz dá seu apoio à Missão Francesa com seus artistas. Numa reunião os franceses foram convocados para apresentar o plano de organização da Academia; o que foi feito sem demoras e longas burocracias. A abertura da Academia (19-11-1826), apesar de tudo, só se realizou diante da chegada de Dona Leopoldina ao Brasil. Inaugurada com toda a pompa e abençoada pela fé cristã com a presença do casal imperial, marcou também um fato, invisível, na história dos fantasmas arrivistas do Brasil; aquela foi a última vez que a mesma (a rainha) se apresentou em público, pois veio a falecer logo depois. Pois bem, em uma sala com o trono imperial e os monarcas, decorreu a cerimônia, cabendo ao secretário Luis Sodré pronunciar o discurso oficial. Coube a Zepherin Ferrez, para esta data, gravar uma Medalha Comemorativa.
Meu amor pelo ser humano não poderá existir sem a presença salvadora dos meus entes queridos, guardados no peito, na mente e na minha participação social. Como evito o anti-social da minha natureza sombria, procuro estender insistindo com este papo. Dentro, aquela ferida em botão, e pode dar flor sobre a depressão quase crônica; às vezes acordo deprê, mas vou dormir alegre da vida – ou vice-versa. Vicejando sobre os pântanos da cidade, arrumei nosso passado, para enfeitar este presente sem futuro. O sertão vai virar mar e a Guanabara vai derramar sobre nós, aquele banho de merda, anunciado pelos crentes que são malandros. Pétalas de rosas brancas, tangidas pelo sangue derramado, nos becos, trapiches e sobradões nauseabundos, virão perfumar o ambiente telúrico deste texto capoeirístico.Ferida punjente de uma certa aproximação, que nunca se realiza, impedem nossa entrada triunfal no Paraíso. Ah! Minha preta linda, minha rainha de sabedoria, me sinto tão poeta que receio estar ficando velhinho. Então tá! Eu volto: assumindo a Pasta do Império, José Clemente Pereira, atendendo às solicitações de Porto Alegre e Debret (da capoeira), autorizou que fosse organizada uma Mostra Anual de Belas Artes - quem sabe no Parque Lage com a Besanzoni e tudo mais? Como era o nome do almirante biônico, que deslocou o antigo IBA, da Praia Vermelha, para aquele parque em litígio aonde imaginaram até, instalar um cemitério? Não sei não, mas vamos nessa... Em cinco do onze de mil oitocentos e vinte nove (5-11-1829) realizou-se a Primeira Exposição de Belas Artes, podendo finalmente , os mestres franceses - cariocas? - apresentar o resultados de seus cursos. Já em 1830, Debret auxiliado por Grandjean de Montigny, Felix Taunay e Araújo Porto Alegre, realizava a segunda do Brasil. A este Salão de Belas Artes, mais visitado ainda, concorreram três professores e 126 trabalhos dos alunos da Academia.Apenas fatos históricos. Sangue do meu sangue, que eu não mereço e não posso descartar. Não vale a pena, é apenas uma ilusão ilícita da minha caneta BIC; na grafia abstrata do desenho introjetado. Mas foi e sempre assim a "nossa bela história", sem dúvida interpretação de fatos favoráveis aos vencedores. Aos vencidos... projeções seculares, no vômito intestino do algoz sobre sua vítima. Mas para sair bem na fita fingem ser bonzinhos socialmente. Aqueles monstros carreiristas, que se apegam ao manejo de nossa história interpessoal, de interesses dispares e atitudes arriscadas. Por exemplo: confiar nas santas individualistas, que fazem de tudo para crescendo o falo, no fato, atemorizar seus irmãos de sangue, com suas fantásticas e impossíveis questões de domínio infantil, mas no novo Choque de Ordem, pulando de galho em galho_ Ave Cesar ; Ave Adão _ para cair no colo do novo poder de polícia, e no velho faturamento "intelectual" em causa própria. UM ESTADO POLICIAL? O 'Pega Ladrão' de almas desastradas com seu dedo em riste pirocudo acusando os filisteus do seu próprio uso e abuso solitário; na masturbação acadêmica apropriada.... Aquela, insuspeitada, como escudo de sua própria demência cíclica enrustida; branca, maluca e má...mas querendo ajudar no enterrado da masculinidade. Enfiando seu dedo em riste, no orifício cavernoso da nossa mais decadente sociedade, sente-se realizada. Cruzes e Credos. Olha o bom crioulo aí, minha gente! Bate Bolas: de onde sairam as teses mofinas e especialisada sobre samba, senha, google e violência. E agora, pedofilia; denunciada por mim em meus blogs, sobre Saquarema e Itaipava. A nova e velha alça de mira, para fabricar malucos e coadjuvantes. Mas comigo não. Conheço seu veneno e sua falta de escrupulos quando se trata da expanção de sua mente robusta ao traçar desígnos infames para os homens, que voce _aranha_ deveria amar. Quando nem seu próprio pai e irmãos deixa de picar, vai mal. O sangue sugas, no veneno histórico condicionante, do seu comportamento "exemplar". È FREUD, aquele que o poeta, seu parceiro no caso dos velhinhos, nunca acreditou e serve de trampolim para o RJ. Torturados fomos, por isto, esquizofrênia, mera descarga de desamor e veneno social, se instala em nosso passar, pelas macilentas pegadas do alto-louvor, que ignorando a ação deletéria da química escorrendo na sua cabeça, pode torna-la mais poderosa mas, seguramente, muito pedregosa. Pois é, velha história corporativa do estado, quando somos apenas alvos a serem negados.
Rugendas (Johann Moritz Rugendas ), desenhista do Barão de Laugsdorff ( Georg Henrich Von Langsdorff ). Tambem foi pioneiro no registro de nossa paisagem social e geográfica, percorrendo o Brasil e vários paises da América. Viajando por todo o Brasil, coletou imagens para a Missão Científica De Langsdorf. Diz a obrada Biblioteca Nacional, que como os demais viajantes do Século XIX, Rugendas era compromissado com a 'Documentação Naturalista' de um mundo desconhecido devido às praticas defensivas eprotecionistas da Coroa Lusa.Com apoio de Alexander Von Humboldt fez publicar suas Memórias de Viajens, e transformou desenhos e aquarelas no luxuoso álbum: 'Viagem Pitorescas Pelo Interior do Brasil'
Rugendas, que para mim esteve sempre assossiado a figura de Debret , foi um profundo documentarista do Brasil Colonial. Artista alemão, foi um médico que após graduar-se em medicinafoi para Portugal atuar como médico da família imperial. O resto deste assunto voces pesquisam no google, porque ninguem me pagou para isto.Hoje já é 31/3/ 2010 e eu muito cansado de tudo. Já tomei a dcisão mas voces só vão saber depois. Estou na rua, sem teto, prestes a cair no seu empenho mais profundo e que eu como capoeira sou obrigado a negaciar. Apesar de tudo, vos informo: foi estudante da Acadêmiade Belas Artes de Munique; entusiasta da obra de Thomas Ender (1793 ?1875) acabou vindo para o Brasil, em 1821: o resto não informo porque sou contemporâneo e vou levar o que descobri para o espaço que me couber. Mas estou muito puto com tudo, principalmente com voces meus leitores, que ficam lendo estas coisas escondidos para tirar partido. O cara era inquieto. Em 1821, como desenhista, entra para aquela expedição, mas em 1824 abandona tudo e passa a viajar sózinho. Uma vida rica muito acima da média nacional dos mais mediocres artistas bem sucedidos; nestes novos tempos em que o chefe indica visitar as nossas já famosas favelas. Coisas que nem presto atenção devida em vista do que imaginamos ser nostalgia para uma verdadeira vida__Salve-se quem puder. Tchauzinho....
Desempenho secular de “crioulo”, que aos poucos vai levantando o mapeamento absurdo do meu cérebro bipolar. E os contornos, da ladainha galega, aqueles a que pertenço? Se é que vocês me entendem: para onde vão nos levar, construindo sobre os escombros desta tradição arquitetônica, a tal Cidade Maravilhosa? E "O Coisa", antitradicionalista, será que eles concordam com a demolição sistemática, dos Prédios Neoclássicos (franceses), dos Ecléticos Palácios (Monroe e outros), Casas e Paredões? E aquilo que convencionou-se chamar Art Déco, e coisa e tal? Que tal? Vamos modernizar tudo, contemporizar ou demolir a alienação dominante com suas mesquinhas façanhas? Esta modernidade não é nossa. "Companheira Art Noveau ", sua arte e seu desenho feminino nos seduz, sua linha e a sinuosidade escultórica de sua natureza orgânica nos transporta aos sonhos e devaneios; mas porque não, seus radicaisinhos? E o cara... acha descartável o ambiente neoclássico dos prédios da cidade? Já era? Opressão, ou submissão, aos cânones dos fricotes contemporâneos? Foi assim, com a mesma arrogância, que desconstruíram o Morro do Castelo. Tudo bem; serviu de aterro, etc. E o “Crioulo”? Aquele Negro, que havia estudado na Europa, antes de tudo isto, e que dava aulas gratuitas lá em cima daquela pôrra, o que fizeram com ele? E a capoeira, como se desenvolvia? Pois é leitor, já leu "O Bom Crioulo”? Não, então vá, voltando...Oi sim, sim, sim; Oi não, não, não.... Pois é, mais uma vez, estavam os artistas esperançosos por uma mudança favorável na política oficial. Quem sabe, conseguimos alguma coisa na Funarte também?!?! Aí, chegou aquela notícia: o Governo Imperial vai ceder parte do Edifício da Imperial Academia de Belas Artes para a instalação da Tipografia Nacional que, de lá, só saiu em 1836 – tá vendo só, nós até que achamos legal a fusão das Artes Visuais. Daí em diante, segundo nossas anotações, guardadas há tantos anos (para que?), a direção de Felix Emile Taunay, que por sugestão de Montigny foi nomeado diretor da Academia quando da morte do antigo dirigente português(1834), reafirmou o projeto da Missão Acadêmica Francesa; tornando-se, assim, marco definitivo para as Artes Visuais no Brasil. Sem essa, de empata-foda acadêmica. Esta foi apenas parte da história verdadeira, vivida até nossos dias. Irremovível, de qualquer possibilidade investigativa. A geração dos grandes arquitetos, do Modernismo Brasileiro, aprendeu a desenhar neste contexto acadêmico. Uma velha história que comporta tudo, participação ideológica, estética, crítica e tudo mais. O resto é politica de poder. Sendo assim: prefiro as curvas escultóricas da Maria Martins. Sempre foi isso mesmo, a maioria se fode, para o fodão ficar com tudo em cima, mas tem que estar preparado, para ser FDP. Olha aí, seu Coisa! Sem desenho nada feito. Aquilo que você tanto elogia, nossos companheiros e colegas famosos, só chegaram ao apogeu, passando pela vertiginosa tradição estética destas instituições acadêmicas. Mesmo quando imaginam negar, tudo em tôrno aponta para as mesmas fontes. De informações_ MAIORES !? A Bauhaus foi uma delas; uma questão ideológica, que introduziu os atuais protótipos visuais de nosso infinito universo virtual, programados, mecanicamente, para idiotas que nunca aprenderam a desenhar. É, sabemos, e pode dar samba, mas darão vazão a visão universalista e social da ítalo-brasileira Lina Bo-Bardi, nossa referência insubstituível quando olhamos de frente a diversidade cultural brasileira?!? Vem cá, Sr. Agente De Desterro, a arquitetura de nossa agitadora cultural italiana tem mesmo alguma ligação com aquele artista do Vidigal do B?...Talves tenha, quem sabe, com a ordem imperial daquele famoso Major Vidigal. Pois, pois, se o cara não é Leonardo, nem personagem de Um Sargento De Milícias, como pode ser periférico no PlanoB da Arte Povera?...Eis a questão. Pois é, para o companheiro Niemeyer, tudo; cabem as homenagens. Só não consigo pensar no Lúcio Costa; I love you Barra da Tijuca - com o Jovem Pan e seu cinismo fedorento em preto e branco, onde só os urubus – "urubu come folha; é conversa fiada..." – e as garças, poderão sobreviver. Lagoa da Tijuca, cloaca greco-romana, com sua contradição arquitetônica visivelmente atolada na merda contemporânea. E as soluções? Puta-merda; foram boas as noções de arquitetura analítica da Belas Artes. Bolo de noiva, minha gente, só os da minha mãe. Vejam bem, cansei de bater...

Já fazem oito anos. Era aniversário de uma amiga na PUC-RIO. Tudo muito elegante, aí eu me vi e não gostei. Me voltei para o grupo e anunciei minha intenção de mudanças. Parei de fumar e entrei para a capoeira. De lá pra cá, gingando sempre, “penetrei” nas rodas da zona sul, do centro da cidade e da periferia. Fui batizado. Participei e fui homenageado. Realizei eventos e divulguei inúmeras idéias e projetos de trabalho. Além disso, mantenho um portal (site) com encadeamento de vários blogs na Internet. Trabalho vivo, com público cativo, mas nem um pouco unânime quanto a nossa presença possível; só não podem ignorar. Morrer de inveja e ficar de olho grande, pode. Mas cuidado, porque aprendi a fazer magia quando preciso. Três Orelhas, Rio de Areia e lugares onde o vento faz a curva, sempre encantaram nossa passagem. Filho espúrio das artes plásticas, tentei deixar o vício, mas nunca consegui sair. Escapei pela janela com a fumaça, mas meu cerebelo me fez tombar diante de vossa estupidez humana. Posso assim dizer, que no mais recente projeto sobre capoeira, o Capoeira Viva, patrocinado institucionalmente, sou parte ativa porque veiculamos às nossas projeções, algumas justificativas do projeto Reunir Capoeira – apresentado ao Centro Cultural do Correios e Telégrafos à anos atrás. É claro, nossa intenção é transpor para nossos blogs, tudo o que pensamos, reivindicamos e realizamos, nesta área invisível da cultura popular... mas depois, tchau. Com horror batemos na porta dos profissionais do setor, procuramos “autoridades” e nada. Mas ficaram as 'Idéias', registradas por mim nestes orgãos espúrios de vampiragem burocratica venal. Só ganhamos um pequeno patrocínio do Estado, através do Capoeira Viva, que não paga nem a sola gasta de nossos sapatos, no ir e vir, pelos labirintos intermináveis das fantasias, das assombrações, das lutas e de todos os sacrifícios de registro, de nossos Mestres Capoeiristas. São horas de gravação com todo tipo de idealizações perdidas. Contamos certamente com as achadas, paradas em estado letárgico de abandono e uso. Em torno delas daremos uma voltinha, porque é da nossa careca dura, que todos gostam mais. Agora chegou o momento da despedida, se achar de ficar”, contra todo mundo, ficaremos. Digam ao povo que fico; como vermes insanos, “na maré”. E com apupos me seguindo, perseguindo; e, com proezas nunca realizadas mas visíveis; e, com todas as coisas proibidas. Nosso trabalho para a capoeira já é um manifesto de ousadia, sem frescuras editoriais, nem engodos virtuais, que foi como entendemos estas propostas. Ok? Rio de vocês. 2007. AZ O Coletor de Imagens. E Zulaires, o Jovem Pandemônio, saúdam a periferia e seus mestres. Preparo nossa despedida da “vadiação”... ou me aceitam, ou vão encarar o que não queriam. Fui.
Jovem Pandemônio